É corrente o entendimento de que
o professor não teria tempo ou competência para elaborar suas próprias aulas, e
que por isso necessitaria do apoio de um livro comercializado com esse fim. Censura-se
o professor por escolher livros pouco recomendados pelos especialistas e por
suprimir ou modificar indevidamente aspectos das propostas de ensino aí
contidas. Aceita-se, assim, que o papel do professor seria meramente fático: o
de estabelecer contato, interferindo o mínimo possível, entre os alunos e alguma
outra esfera na qual se tomam decisões sobre o ensino.
Resta qualquer margem para o
trabalho do professor sobre a aula? Ou sua atuação resume-se a distribuir
volumes didáticos no início do ano, ler em voz alta as lições neles impressas e
corrigir exercícios com base em respostas já dadas? Resta alguma característica
do professor que possa fazer diferença na aula que ele ministra, ou a única
coisa que muda de um professor para outro é o seu endereço e a cor de seus
olhos?
O Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL-UFPA) e a Faculdade de Letras do Campus Universitário de Castanhal (CUNCAST/UFPA) convidam professores, estudantes e pesquisadores
nas áreas de Letras e Educação a refletir sobre essa problemática perguntando-lhes:
faz diferença ser autor da aula que
ministro?
Essa pergunta é o tema do III Seminário: Interação e Subjetividade no
Ensino de Línguas, que acontecerá no Campus Universitário de Castanhal da Universidade
Federal do Pará, nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2013. A proposta do evento
é instigar uma reflexão ativa sobre os rumos que o ensino de língua vem tomando
no Brasil, propondo que cada participante tome a palavra não apenas para expor
o trabalho que vem desenvolvendo, mas para discutir se
faz diferença ser autor da aula que ministro.